Primeiros passos
A convite do amigo Marcos
Russo, um dos mais conceituados jornalistas esportivos da imprensa mineira, a
quem, desde já, agradeço pela confiança por poder fazer parte do projeto do
jornal Muito Mais Esportes, passarei a ocupar este espaço -
inicialmente, uma vez por mês - para escrever sobre corridas.
De antemão, contudo,
advirto: não sou especialista no
assunto, tampouco tenho qualquer formação técnica para falar com propriedade
sobre a corrida, lacuna que prometo preencher ouvindo os que têm competência
para tal.
Meu olhar acerca da
corrida, portanto, é, e aqui também será, a de um simples admirador.
Na verdade, posto que
estamos nos conhecendo agora, penso já poder fazer uma confissão, que vem de
peito aberto e cadarços desamarrados:
sou um amante da corrida, um corredor apaixonado!
Espero, portanto, dos
corredores e corredoras, bem como daqueles todos que gostam e praticam qualquer
modalidade esportiva, ser merecedor do prazer da companhia e da honra das
leituras neste espaço.
Conto com todos vocês nos
meus primeiros passos por aqui, à espera das sugestões, comentários e críticas,
afinal, vida e corrida demandam, de todos nós, muita perseverança e esforço
diários.
A vida é corrida!
Vamos correr!
Por que sair correndo por aí
As mais tradicionais teorias evolucionistas contam que, antigamente, o
homem saia das cavernas para perseguir suas presas. Ele corria para caçar e
caçava para garantir a sobrevivência. E porque corria tanto, o homem adquiriu
fôlego, ganhou força e resistência.
Se há dois milhões de anos era assim, hoje, muito mais que apenas
reforçar a luta pela sobrevivência (no sentido metafórico da expressão), a
corrida passou a ser sinônimo da busca por uma vida saudável, com mais
qualidade de vida.
Este pode ser alguns dos inúmeros motivos que justificam porque a
corrida é, na atualidade, uma das modalidades esportivas mais praticadas no mundo
- no Brasil, aliás, é o segundo esporte em preferência de adeptos (são mais de
4,5 milhões de praticantes), perdendo o posto de campeão para a mais preferida
das práticas esportivas, o futebol.
Saia do sofá
Contudo, enquanto corredores e corredoras são vistos aos montes por aí,
em grupos ou sozinhos, correndo dentro das academias, nas esteiras ou ao ar
livre, pelas ruas, avenidas, parques públicos, muitos ainda estão de braços
cruzados, sedentários, valendo-se das velhas desculpas (falta de tempo, ânimo,
companhia ou pura preguiça mesmo) para não se levantar do sofá, vestir uma
roupa confortável, colocar um par de tênis e, enfim, correr por aí.
Mas é bom que você saiba que, se quiser mesmo, é possível vencer a
preguiça, ter disposição e arrumar tempo. E, se não arrumar alguém pra correr
com você, pegue seu cachorro ou gato ou tenha a companhia do seu MP 3, MP 4,
seu Ipad, com sua música preferida, ou então comece a correr só mesmo, afinal,
a menos que tenha um irmão ou irmã gêmea, você nasceu sozinho.
E, antes que amarre o tênis e saia todo serelepe por aí - e também para
não se sentir enganado - é preciso dizer
a verdade: você pagará um preço alto pelo seu esforço!
Nos primeiros dias, sentirá dores musculares pelo corpo todo, certamente
as pernas vão ficar bambas, o ar poderá faltar, o cansaço parece que irá lhe
derrubar, mas, no passo a passo das corridas, com o passar dos dias, a sensação
será das melhores.
Afinal, a corrida é um vício delicioso - na verdade, é das poucas coisas
viciantes que fazem bem.
Não à toa, treinadores, corredores profissionais, técnicos,
fisioterapeutas, educadores físicos, médicos e todos os que entendem do riscado
são unânimes em dizer: "a corrida faz bem à saúde".
Com ela, você aumenta o consumo de oxigênio, melhora seu condicionamento
físico e cardiorespiratório, sente os ossos e a musculatura serem fortalecidos,
ganha um combustível a mais no humor, dorme melhor, diminui o risco de ter
doenças, eleva sua autoestima e, ufa, de quebra, pode melhorar a silhueta que
tanto te incomoda quando você se olha no espelho.
E mais: a fatura do cartão de crédito, o IPVA, a briga com o colega de
trabalho, o patrão que não desgruda do seu pé, a namorada ciumenta, o marido
chato, o vizinho que incomoda e os muitos dissabores da vida que causam o
estresse ficam, momentaneamente, de lado, vencidos pela corrida.
Nas ruas ou avenidas, correndo, não há distinção de classes sociais, não
há discriminação de sexo nem idade. As mulheres e os homens estão cada vez mais
bonitos.
Ambos, cada vez mais saudáveis.
É nas corridas que ocorrerá seu encontro com aquela que fará diferença
na sua vida: a tal da endorfina, substância liberada do nosso organismo na
execução de uma atividade física prolongada, responsável pela sensação de
prazer e bem estar experimentada depois dos exercícios.
Como você pode perceber, só há
benefícios na corrida.
Se é que eu convenci você, espante a preguiça, calce o tênis, levante-se logo do sofá e comece a sofrer, quero dizer, a correr!
Mas, se meus argumentos não foram dos melhores, ainda assim é bom que
você comece pelo menos a fazer uma caminhada o quanto antes.
Eduardo Durães
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